UMA BOA HISTORIA

Uma historia mágica

Foi assim que aconteceu! Por acaso o não, um aposentado italiano, ha passeio por Pernambuco ” bateu a cara” em uma pequena cidade do interior, Araçoiaba.


Aparece de repente Araçoiaba!... Depois de muitos chão,  de muita cana,  de muitos buraco na pista . E quando, dizendo a você  mesmo,” borá voltar ! aqui não tem nada..!”, lá vem ela.


Se descobre devagarzinho, quase  para não assustar, depois de tanto verde. Quatro casinhas na esquerda e na direita cana verde ainda, tem que chegar até uma pequena Igreja, para que Araçoiaba  se mostre como uma verdadeira cidade.


É aqui, bem no começo, que o italiano, pede informação, “scusa ! Io  procurando Araçoiaba.?”  ele diz em Brasilitalico, com aquele sotaque estranho e  já que não andam  muito estrangeiros por aqui,  as pessoas não sabem se ri ou se ficar sérias,  mas vendo este homão, de cabeça grande cor de rosa confeito a causa do sol, um pouco perdido, chegam perto, não é por curiosidade mas é só pra saber o que esse gringo vai  procurando por aí.

Um deles é  Aloisio Gonçalves da Silva, um trabalhador, com o rosto  queimado do sol e do vento , um cara seco e baixinho  com a expressão sofrida mas não vencida.

Começa aí, por causa do destino, uma historia de amizade e respeito.


O italiano Amedeo Raccosta ,um homão ,galego, sindicalista, velha guarda, sempre pronto a pegar uma bandeira para começar  a lutar,secretário do sindicato mas importante na Itália, um daqueles que escreveu “os direitos dos Trabalhadores”  e o Aloisio Gonçalves, baixinho, pretinho, com aquele olhar meio triste, que, com certeza,  não sabe quais são “os direitos”.


Mas, a simpatia não tem cor, nasce do coração e ninguém manda nela.

A hospitalidade do povo brasileiro é bem conhecida e assim, depois de uma conversa tipo ... por isso...non capisco..vamos dizer ... ? Não sei ... cosa hai detto?...Eles dois se entendem e descem a ladeira até a casa do brasileiro.


Ma deixa dizer!  Osch... não é um defeito .


Se as ladeiras valessem algumas coisas Araçoiaba teria o PIB mais auto do Brasil, mas infelizmente, quando um pobre tem uma coisa... essa  perde de valor “ ......é  por isso que Araçoiaba é pobre , por  causa das ladeiras, e o governo, não faz nada..... “ diz o Prefeito arengando o povo.  

Ma esta é outra historia que vou contar para vocês outra vez.



Os dois amigos descendo a pé,  falam com educação, um por vez, sem gritaria, um escuta outro, não se entendem, mas um fica calado quando outro fala.


 Em baixo da ladeira, um pequeno riacho se abre em uma poça, e dentro da água, uma filha de Aloisio, esta dando banho em um bebezinho. Mais na frente, a casa, de tijolo, teto de Brasilite velho com algumas telhas quebradas e na dianteira o tesouro do homem  a mulher ,os filhos, os netos. Uma família pobre, mas  unida, esperando o pai para almoço.


Os bem-vindos e os beijos rituais pois, todo mundo para dentro.  Se, de fora, a casa parecia  pequena, agora de dentro....era uma certeza,  não  dava para estar todos sentados.


Passa o tempo e o Amedeo , tem que voltar para Recife, pede licença  abraça todos e volta para pegar o carro que ficou estacionado perto da Igreja Nossa Senhora do Monte.


Com  muita atenção devagarzinho por causa dos buracos da pista, o italiano desce as ladeiras que tanto o assustaram subindo. Mas o pensamento é lá, na casa do amigo Aloisio,  sente aquele aperto  no peito e o velho coração indômito acelera,  o sangue se esquenta  e a mente percorre uma vida de luta e de paixão “ ha se meus companheiros estivessem aqui! A gente poderia ir de Lula pra .....??”   mas, sem perceber,   chegou em Igarassu, as ladeiras deixaram o espaço a um transito que precisa de mais atenção e a mente volto ao presente.


“A TaP anuncia o vôo n° 736 para Milão” E Amedeo Raccosta  volta para Italia feliz e animado.


É depois de uma semana que a saudade aparece, perturba o sono, não deixa viver uma vida normal, falta alguma coisa e então, o sindicalista enfrenta a luta. Liga, para um amigo no Brasil, o Eng. Paolo Ulisse e explica seus planos “ vou ao sindicato e dos   aposentados meus amigos ,   quero procurar o dinheiro para reformar  a casa de Aloisio” o engenheiro, já sabe que nada adianta dizer com Amedeo, tanto vale concordar.


A procura não é simples, na Itália o vento da crise financeira  é forte e todos tem medo de uma recessão. Mais, também dizer no a o sindicalista é uma aventura perigosa, poderia começar um sermão de horas . “Deus me livre” melhor fazer uma oferta.  


Tudo vai como esperado, com um dinheirinho no bolso,nosso Amedeo, se prepara a  partir pelo Brasil.

“Entusiasmos juvenil !!” dizem os filhos  que conhecem o pai um jovem de 77 anos “não tem democracia em casa quando decide....está decidido.”



Foi assim que Amedeo, chegado a Recife, foi a procura do ing.  Paolo Ulisse e juntos começam  o empreendimento.

Fernando Donadon, que já morava em Araçoiaba  quando sube  da iniciativa se juntou as dois e   a sensibilidade de dois dirigentes da Celpe  Sr. Darcy Gondim e Sr. Roberto Costa aliviaram e facilitaram o trabalho.


A historia vai à frente com competência e seriedade e tudo terminha na boa.


A casa completa pintada, com cerâmica e moveis, foi entrega em menos de três meses com um custo de 5.000,0 euros (14.000R$)

Segue a galeria das fotos